quinta-feira, abril 28, 2005

O Jogo do Título

Para muitos Belenenses como eu o próximo jogo Benfica-Belenenses é sempre um jogo especial. Se ganharmos, a época está salva. Vamos lá partilhar isto:
Na minha óptica existem três grupos de Belenenses “legítimos” expressão que uso para designar aqueles adeptos que são só do Belenenses.
Os do primeiro grupo, no qual me incluo, têm normalmente as seguintes características – sofrem da vesícula, alimentam um ódio de estimação pelo Benfica, sabem que é impossível ganhar em Alvalade e gostam que o Porto ponha as flores no busto do Pepe. Está em vias de extinção.
Os do segundo grupo são relativamente mais novos e identificam-se facilmente – sentem-se rivais do Sporting e guardam junto à cabeceira a cassete com o golo do Mladenov. Quando estão aborrecidos metem a cassete. Quanto aos outros rivais assobiam tanto o Benfica como o Porto. Lembram-se de quase todos os erros de arbitragem contra o Belenenses e em todas as modalidades!
Os do terceiro grupo, felizmente o mais numeroso, conseguiu superar a longa abstinência de Títulos e mantém um comportamento saudável. Assobiam mais o Porto que Benfica e Sporting e assistem aos jogos com relativo civismo excepto quando se trata do árbitro de quem desconfiam fortemente.
Aliás o árbitro, qualquer árbitro sofre sempre muito no Restelo. Até o Coroado.
Devidamente identificado, compreendem agora a minha enorme apreensão sobre o jogo de Sábado daí que não me dispense de sugerir umas dicas:
1. Temos lá dois rapazes do Sporting, o Paulo Sérgio que é bom jogador, corre que se farta e pode ser uma chave deste jogo. O Lourenço, espécie de jogador invisível, completamente invisível digo eu, deve ser lançado porque ele contra o Benfica joga melhor de certeza.
2. Quanto ao Anderson continuo à espera do seu primeiro remate à baliza nesta época. Para este jogo talvez seja útil explicar-lhe, em sueco, que ele não pode ser do Benfica desde pequenino. Se ele não perceber joga o Marco Paulo.
3. Antchouet está pesado e lento. Esperemos que esteja bem no jogo.
4. Espero que o Wilson não comece a abrir os braços porque isso dá sempre asneira.
5. Espero que sejam o Neca ou o Zé Pedro a marcar os livres. Já agora os cantos do lado esquerdo do nosso ataque devem ser marcados por um destro.
Quanto ao resto estou confiante. Se entrarmos com o empenho e a cabecinha com que jogámos contra o Guimarães temos as nossas hipóteses. Era lindo. Força Belenenses.

JSM

terça-feira, abril 26, 2005

O nacional-benfiquismo no seu melhor

Antes de mais uma advertência sobre a expressão que serve de título – não envolve qualquer desrespeito sobre o S.L. e Benfica que é um prestigiado Clube do futebol Português. A expressão pretende apenas retratar uma mentalidade terceiro-mundista, que continua em grande voga no nosso País e que a prosseguir ameaça reduzir-nos à condição de pequena região ibérica (tudo com letra pequena).
Vem tudo isto a propósito do recente Estoril-Benfica realizado no Estádio Municipal do Algarve aonde ocorreu uma multidão ululante a apoiar massivamente o Clube Grande de Lisboa. Deixando por agora de lado os aspectos mais ou menos obscuros que rodearam a deslocação do jogo para o Algarve e o branqueamento da situação que a maior parte da comunicação social se esforçou por fazer, o que me impressionou e assusta foram os níveis de alienação e orfandade que aquela multidão de Algarvios transmitia! Sim, porque a maioria daqueles adeptos (de quê?) vivem naquela região.
De novo a pergunta incómoda: no Estádio do Algarve se o adversário do Benfica fosse, não o Estoril mas o Farense ou o Louletano, quem é que a multidão apoiaria?
Já perceberam o que é o nacional-benfiquismo?

Nota básica: Nos Países civilizados (portanto livres e independentes) o único Clube Nacional que existe é a Selecção Nacional.

Post Scriptum: O passeiozinho de charrete de Macário Correia, muito contente, a inaugurar a casa do Benfica de Tavira, dá-nos a certeza que o Algarve não terá tão cedo um clube na Super-liga.
JSM

segunda-feira, abril 25, 2005

O referendo de Braga e o nacional-benfiquismo

Se hoje, quando faltam cinco jornadas para acabar o campeonato e sabendo que o Sporting de Braga é claramente um dos favoritos, se fizesse um referendo em Braga sobre quem gostariam os Bracarenses que fosse o vencedor do Campeonato atrevo-me a vaticinar que o eleito não seria o Sporting de Braga, mas sim um dos Grandes de Lisboa!

Ora bem, se o meu palpite está certo, estamos perante uma situação caricata admissível nos Países do Terceiro Mundo ou nas antigas “democracias populares” do leste Europeu, mas impróprio do País civilizado que pretendemos ser.
A nossa vizinha Espanha que sofria do mesmo mal durante a ditadura Franquista, retomada a normalidade Constitucional tratou-se e está curada. Os Galegos, por exemplo, que antes torciam pelo Real Madrid ou pelo Barcelona têm hoje orgulho nos seus Clubes, um dos quais como se sabe já conseguiu sagrar-se campeão de Espanha (o Corunha).
Entre nós o que dá que pensar é que trinta anos depois de instituída a liberdade de associação e de pensamento a situação mental do País esteja no mesmo estado. E olhem que não me estou a referir exclusivamente ao comum dos cidadãos, mas especialmente às chamadas elites. O tal referendo imaginário se realizado apenas entre as camadas ditas “esclarecidas” daria resultados ainda mais comprometedores. E por todo o País!
Claro que isto explica a incapacidade da nossa sociedade civil de evoluir e de se tornar adulta e as consequências estão à vista de todos. Se ainda não doem, vão doer.
No que respeita ao Futebol que é aqui o que nos interessa, se formos sérios concluímos de imediato o seguinte:

1. A Super Liga é financeiramente inviável uma vez que a esmagadora maioria dos adeptos apoia apenas 3 dos 18 Clubes participantes;
2. A Super Liga tenderá a ocupar uma faixa cada vez mais reduzida de território nacional, na orla litoral junto às áreas metropolitanas de Lisboa e Porto e, pelo que se viu no recente Estoril-Benfica, jogado no Algarve, o Clube mais ao sul continuará a ser o Belenenses ou o Vitória de Setúbal! O interior do País continuará a desertificar-se ainda que servido por melhores vias de comunicação (!?)
3. A Região Autónoma da Madeira revela neste contexto sinais de algum progresso. Logo que se apresente com um único Clube poderá discutir o Título. As Autonomias têm-se revelado uma boa terapia para a auto estima das populações.

Questiona-se assim a construção de Estádios por esse País fora quando os adeptos só se interessam pelos três grandes. O Orçamento de Estado não deveria servir para satisfazer o luxo do chamado “2º Clube” quando existem decerto outras prioridades (Educação, Saúde, etc.).

E a pergunta incómoda permanece: Leiria, Braga, Aveiro, etc., se já têm Estádio e equipas competitivas, o que é que vos falta para abraçarem de alma e coração o Clube da vossa terra?
Hoje fico-me por aqui.

JSM

Análise ao Belenenses 1 – 0 Guimarães.

Podemos dizer que “o puxão de orelhas” já vem tarde. É verdade, esta época já pouco há a fazer. Faltam quatro jogos, que como este, não nos permitem subir lugares significativos na tabela. Mas é sempre importante ganhar e para isso nunca é tarde porque em causa está a imagem do clube. É uma questão de perspectiva. Se olharmos para traz é inevitável concluir que poderíamos ter feito muito melhor. Mas podemos e devemos olhar para o futuro tirando do passado as ilações que nos permitam corrigir os erros cometidos. E esta vitória frente ao Guimarães foi importante em vários aspectos e deu boas indicações que esperamos que se confirmem. Para além dos três pontos conquistados e do espectáculo que agradou aos adeptos, a resposta da equipa à intervenção dos dirigentes e a própria intervenção, acabaram por ser uma correcção importante aos erros cometidos no passado recente. Espero que na próxima época a mensagem de ambição tenha início … no início. A constituição da equipa também confirmou a ideia de que se está a preparar a próxima época, estão a ser testados jogadores, o que numa perspectiva de continuidade é importante porque permite que os objectivos sejam mais ambiciosos na próxima época. Mas em relação a isso também há correcções a fazer. É fundamental que os objectivos sejam definidos pela direcção. O treinador apenas tem que os concretizar com as condições que lhes proporcionarem, e claro está, que aceite no início do campeonato.
Visto isto, nos próximos jogos vai ser interessante verificar se a equipa continua disposta a jogar para ganhar, a proporcionar um bom espectáculo e quais os jogadores em final de contrato que vão jogar. Quanto aos objectivos da próxima época teremos que aguardar. Mas entretanto poderemos analisar esta imagem que nos mostra a Estrutura Operacional criada no inicio desta época.




SPM

sexta-feira, abril 22, 2005

Fora de Prazo

Escrevi, antes das eleições, que a continuidade não era um bom prenúncio e expliquei porquê:
“Os Clubes como outras organizações humanas medem-se pelo grau de ambição. Quem aspira ao 1º lugar, se não o conseguir, anda por lá perto. Ao contrário, quem estabelece metas menores, nunca ganhará nada. Acresce que a falta de ambição se transmite de cima para baixo, do Comandante para os Comandados e também por aqui se explica o estado da Nação Belenense e os respectivos resultados desportivos. Quem promete o 5º, 6º ou 7º lugar, na melhor das hipóteses alcançará esse objectivo, mas o mais provável é ficar-se pelo fundo da tabela a lutar para não descer. É bom não esquecer que estamos em Portugal onde não existe espaço, nem para classes médias nem para clubes médios”.
Vir agora atiçar a equipa contra o Guimarães penso que é tarde e não me admira nada que alguns jogadores venham a confundir empenhamento com dureza excessiva e violência. A ambição e a força de carácter têm que estar interiorizadas para produzirem efeitos práticos. Esforcemo-nos para na próxima época apresentarmos uma equipa realmente competitiva para trazer público ao Estádio. Espectáculos sem público não existem.

JSM

‘Bem-vindo’

Antes de mais quero agradecer ao CPA, Nuno MA, Luís Oliveira e Luís Lacerda pela sua visita a este blog e pelos comentários que aqui deixaram. A todos os autores de blogs azuis que foram também uma inspiração para a criação deste.
As razões que me levaram a iniciar esta aventura foram por um lado a curiosidade da minha parte em saber como é que isto da criação de um blog funciona. Sou leitor praticamente diário dos “nossos” blogs e essa curiosidade aumentava de dia para dia. Por outro lado o gosto do JSM (meu tio) em escrever artigos e, apesar de não estar muito familiarizado com a Internet, o interesse que demonstrava quando lhe falava nos blogs.
Aliás encontramo-nos frequentemente para falarmos sobre o belenenses e a ideia de partilhar as nossas opiniões parece-me igualmente interessante.
Vamos tentar manter o blog actualizado publicando artigos o mais frequentemente possível, embora não vá ser fácil uma vez que o escritor é o JSM e o editor sou eu. Mas enfim, já me deu bastante prazer criar o blog e ler estes comentários de boas vindas.
Mais uma vez obrigado a todos e voltem sempre.
SPM

quarta-feira, abril 20, 2005

APOIAR BARTOLOMEU

O Futebol Português vive momentos decisivos em termos de transparência e credibilidade. O Processo Apito Dourado, a afluência de numerosos jogadores de qualidade à Europa fugindo da miséria, o acesso generalizado às melhores técnicas desportivas, o televisionamento dos jogos, para além de outros factores, tudo isto tem vindo a pôr em causa a escandalosa ditadura dos chamados três Grandes (Benfica, Sporting e Porto).
O Belenenses não pode continuar, nesta matéria, a resguardar-se numa política de avestruz, com medo de tudo e de nada, acabando sempre por se subordinar aos interesses dos Grandes como se fosse um deles.
Como já salientei noutra intervenção, o Belenenses deve prosseguir com independência os seus objectivos que passam, estou certo disso, pela requalificação do Futebol Português tornando-o naquilo que ele nunca foi – um espectáculo desportivo transparente, credível e por conseguinte rentável. Neste sentido o Belenenses deve apoiar e incentivar todas as iniciativas que contribuam para os objectivos expostos e é nesta linha que se enquadram os esforços do Presidente do União de Leiria, nomeadamente no que se refere ao televisionamento de todos os jogos da Liga para que possam depois ser apreciados, segundo o mesmo critério, por uma Comissão responsável e responsabilizável acabando de vez com essa sociedade secreta que são os observadores dos árbitros.
Ao contrário do que tem sido a ridícula política do “quarto grande” o Belenenses deve liderar os interesses dos “quinze” que têm sido autênticos “bombos da festa” mas sem os quais não poderia haver qualquer Campeonato. O Poder Político, que pactua com a situação por medo mas também por interesse (tiques de terceiro mundismo), terá forçosamente que intervir quanto mais não seja para repor a legalidade há muito tempo ausente. O futebol Português é uma fraude à vista desarmada.
Nesta vergonha (atente-se a título de mero exemplo o jogo Estoril-Benfica que se vai realizar em campo neutro numa altura crucial do campeonato) nenhum dos Grandes tem qualquer legitimidade para se queixar. Os outros quinze sim.

JSM

Sócios, amigos e .................?

Realmente com amigos destes quem é que precisa de inimigos. Não votaram na lista B? Não demonstraram que acham que está tudo bem com a continuidade? O quê, agora acham que os jogadores são maus, as escolhas do director desportivo e a política de empréstimos é má, os fundos de investimento e jogadores sem o aval, etc.
O CC é mau treinador? Não está a cumprir?
Porque é que não deixam a direcção tomar posse, o RC e o CC mais uma época e depois avaliam o seu trabalho. Até agora estão a ter resultados dentro do que se comprometeram. Ou querem mais um ano zero. O futebol do clube está todo entregue a esta dupla, a anterior direcção como a futura não percebe nada de futebol. Por isso, e uma vez que a maioria dos 1718 sócios votou na continuidade, só nos resta esperar que façam um trabalho positivo. Só sabem criticar, no domingo, estavam todos contentes por reelegerem os amigos, dois dias depois já estão a dizer mal de tudo. Com esta mentalidade não vamos a lado nenhum. Cada vez tenho menos fé nos sócios (o mesmo é dizer no Clube).
Ainda não perceberam que a ambição vem de cima, e que para os resultados aparecerem é preciso ter dirigentes competentes, exigentes e que não é de um dia para o outro nem com a mudança constante de treinadores que se chega lá. O CC até me parece um bom técnico, o RC é que ainda tenho algumas dúvidas. Isto partindo do princípio de que o primeiro treina a equipa com os jogadores que tem e o segundo é o responsável máximo pela construção do plantel, pela definição dos objectivos, etc. Mas neste clube nunca se sabe muito bem quem é responsável por o quê, a começar pela direcção. E isso dá origem a injustiças como é o caso, em que o CC começa a ser visto como o mau da fita, e os outros, se calhar tão responsáveis ou mais permanecem intactos. Foi mais ou menos o que aconteceu há dois anos com os adm. da SAD.

SPM

terça-feira, abril 19, 2005

Razões do nome:

Belenenses integrais quer dizer que somos só do Belenenses ou explicando melhor – o nosso primeiro clube é o Belenenses, o nosso 2º clube é o Belenenses …. , o nosso 5º clube é o Belenenses e o nosso 6º Clube pode ser o Chelsea porque é azul, só por isso.
Outra característica que se extrai do nome escolhido é que somos Belenenses tradicionais, que não gostamos de modernices, que respeitamos sobretudo os Fundadores do Clube, os seus anseios e esperanças, que nunca desistiremos de prosseguir e realizar.
Quer isto dizer que temos memória, sabemos que ARTUR JOSÉ PEREIRA E OS SEUS COMPANHEIROS fundaram um Clube de Futebol para discutir a vitória em qualquer campo olhando para o 1º lugar no Campeonato.
Quem tiver ambições menores ou esconder debaixo da embalagem azul um coraçãozinho encarniçado, esverdeado ou com outros tons de azul, escusa de visitar este blog porque aqui não encontrará nem consolo nem estima.
Deduz-se facilmente do que atrás fica exposto que defenderemos intransigentemente os interesses do Belenenses, com respeito mas sem quaisquer subserviências por ninguém, sabendo a cada momento identificar o melhor caminho para o Clube.
Foi eleito o 39º Presidente do C.F.”Os Belenenses” que saudamos e ao qual desejamos felicidade na conduta do Clube. Cabe-lhe travar a decadência do Belenenses relançando-o na senda dos êxitos que já quase esquecemos. Tarefa árdua que saberemos aqui analisar com sentido crítico construtivo, de Belenense para Belenense.
Por ultimo saudamos e ao mesmo tempo convidamos todos os interessados a valorizarem este espaço de diálogo com as suas achegas e críticas.
Viva o Belenenses.