sexta-feira, setembro 30, 2005

Diário terapêutico

O Jornal "A Bola", cujo Director registou recentemente, surpreendentes melhoras, (um excelente artigo de fundo sobre "os clubes da terra"), o que só vem provar a utilidade da leitura do Belém Integral, sem distinção de idade ou filiação clubista, o citado jornal, dizia eu, ainda assim tem que ser manuseado ou lido com alguns cuidados.
Por exemplo, recomendo a leitura de algumas prosas do fim para o princípio. Ou então a partir do ponto em que se faz referência a palavras-chave, como "Madaíl" ou "Federação". As zonas com muita tinta encarnada, devem ser evitadas, porque fazem mal à vista.
Quanto às páginas de "humor", as existentes e as prometidas, são aconselháveis para a limpeza de vidros e outras superfícies com gordura. Não havendo necessidades, remetem-se directamente para o lixo, de olhos fechados, usando apenas o tacto.
Neste contexto interessei-me pelo seguinte:

– " (...) Hoje haverá uma reunião com Gilberto Madaíl, na sede da Federação(FPF), a fim de discutir os problemas causados com as crises no Felgueiras, no Alverca, no Académico de Viseu e no Farense, que deixaram muitos jogadores em situações complicadas. O objectivo é tentar responsabilizar mais directamente os dirigentes dos clubes, com a ajuda da FPF."
(assinado "A.S" – "A Bola" de 30 de Setembro de 2005)
Como uma notícia tão pequena diz tanto sobre o futebol português, sobre os portugueses actuais, sobre as polémicas identidades clubísticas, afinal, um retrato perfeito do "adepto nacional"!
Um documento para estudo aturado sobre os conceitos: "ser benfiquista", "ser sportinguista" ou "ser portista".
Analisemos com o rigor que merece:

1. Felgueiras – impossível acrescentar mais alguma coisa sobre este clube, além de que Fátima Felgueiras regressou!
2. Alverca – " tentar responsabilizar mais directamente os dirigentes dos clubes...", acho bem. Quais? O actual Presidente do Benfica? Os dirigentes que o actual Presidente do Benfica lá deixou em sua substituição? Procurar o dinheiro da transferência do Mantorras? Responsabilizar o Benfica pela destruição do Alverca?
Madaíl é decerto a pessoa indicada para resolver este assunto.
3. Académico de Viseu – porque é que os viseenses e a região de Viseu são do Benfica, Sporting ou Porto? Porque é que têm vergonha de ser só do clube da terra? Porque é que o Académico de Viseu, representante de uma cidade do interior, não consegue, ano após ano, sair do marasmo? Quantas "Casas do Benfica" há na região? E do Porto? Para quando a descolonização?
4. Farense – idem, idem, aspas, aspas. Quem tem medo ou vergonha de ser farense e algarvio, e continua, provincianamente, a ser do Sporting ou do Benfica?

Agora, para todos os intelectuais da bola – acham possível realizar um campeonato nacional só com adeptos de três clubes?
Acham que tem alguma possibilidade de ser rentável?
Acham que vale a pena?
Não pensem e poupem-me às respostas.

Depois disto, esses "adeptos" do Benfica e do Sporting devem evitar fazer considerações sobre realidades que desconhecem, e que, aliás, têm medo de enfrentar: fidelidade, coragem e coração para nunca desistir, com ou sem campeonatos.
Essas qualidades costumam ter os verdadeiros belenenses.
Eles não sabem nem sonham...

terça-feira, setembro 27, 2005

Estádios novos, campos pelados

E vazios.
Carlos Carvalhal, é um homem do futebol. Refiro esta particularidade, porque já todos sabemos que o futebol português é dirigido e influenciado por uma série de indivíduos, paraquedistas camuflados, caídos não se sabe donde, mas que adivinhamos o que pretendem – servir-se do futebol para os seus inconfessados desígnios.
Vem isto a propósito das acertadas declarações do treinador do Belenenses, apontando algumas "singularidades" inexplicáveis que por aqui se passam, nomeadamente os preços dos bilhetes, que continuam altos, com as assistências aos jogos sempre a baixar!
A "questão mental" do adepto português, que em parte explica a situação, e já aqui foi desenvolvida em quase todas as direcções e sentidos, efectivamente, não explica tudo.
Estamos de facto a viver tempos difíceis, de aperto orçamental, que toca a todos, e é por isso que não se compreende a insistência em querer que o pobre adepto, que ainda se recusa a ver o jogo na televisão, tenha que pagar a crise!
Pois é, está tudo falido, e é preciso "sacar" dinheiro de qualquer maneira.
Tudo falido, ponto e vírgula. Ainda há tempo e espaço de manobra para anunciar, com pompa e circunstância, que o principal Clube do Estado e, pelos vistos, de todas as autarquias, tem quase prontos um conjunto de relvados e apetrechos de fazer inveja, por exemplo, ao cada vez mais pobre clube da região – Vitória de Setúbal, de seu nome!
Para não falar do estado lastimoso em que se encontram os relvados desses Estádios do Euro, na sua nova versão depilatória.
Mas é assim a vida neste País exemplar – a relva não chega para todos, e há que ter paciência.

segunda-feira, setembro 26, 2005

Conformado

Mais sóbrio, por puro masoquismo, revisitei o jogo no Dragão. Sem qualquer dúvida, o Porto jogou muito bem: grande cadência, enorme concentração e humildade, pressão asfixiante, a revelar treino acertado, e apresentou algumas novidades, que a confirmarem-se, serão muito úteis para as suas pretensões ao título – a conseguida integração defensiva de Bosingwa e Bruno Alves (tinha logo de ser contra nós!) e a revelação de dois jogadores mentalmente “renovados” – refiro-me a César Peixoto, em melhor condição física e psicológica, muito compenetrado no jogo, a realizar uma boa exibição, e... Quaresma! Este jogador, a avaliar pelo seu brilhante desempenho (também tinha que ser contra nós), está diferente! Pode ser que o treinador do Porto consiga o milagre de transformar o seu futebol, até agora feito à base de fogachos inconsequentes, num futebol colectivo e adulto, com ganhos para o próprio, para o seu clube e também para o espectáculo desportivo.
Mas ainda assim e apesar de reconhecer a superioridade do Porto neste jogo, eles não são imbatíveis. Quando pressionados, também falharam passes defensivos, susceptíveis de ser melhor aproveitados pelos nossos (inexistentes) avançados.
Não gosto de individualizar comentários negativos à prestação dos nossos rapazes, que sabemos, só não fazem melhor porque não podem ou porque não estão em dia sim. Vou abrir uma excepção, por se tratar do capitão de equipa, guarda-redes de classe e por tudo isso, com acrescidas responsabilidades.
Ao contrário da crítica unânime e nada preocupado com o endeusamento proposto pela nossa massa associativa, declaro que não gostei de algumas distracções e excessos de confiança de Marco Aurélio – é verdade que evitou três golos “certos”, assim como Vítor Baía terá evitado um ou dois. Isso não o habilita a fazer reposições de bola precipitadas, (o segundo e decisivo golo do Porto nasce de uma dessas infantilidades), como não é aceitável num jogador da sua categoria, repetir fífias, como aconteceu em Alvalade! O aplauso geral para o seu toque “argentino” também não me impressionou. Eu quero um “capitão” inconformado mas sóbrio, que transmita essa sobriedade e rigor aos seus colegas de equipa, não quero uma “estrela da companhia”.
E sobretudo o que eu não quero, é continuar na iminência de ser goleado, com a crítica a aplaudir a grande exibição do Marco Aurélio. Mas disso, sejamos justos, o Marco Aurélio já não tem culpa.
Afinal, parece que ainda não estou conformado?!

Nota: Só critico (construtivamente) os grandes jogadores, que ainda por cima se tornaram símbolos do Clube. Marco Aurélio é um desses, a quem aproveito para felicitar pelos seus duzentos jogos oficiais.

domingo, setembro 25, 2005

Santa paciência

Nove homens atrás da linha da bola, encurralados no meio campo, incapazes de segurar a bola mais do que uns segundos, e ainda por cima, sujeitarmo-nos a ser goleados... confesso que já me começa a faltar a pachorra para ver estes jogos.
Podíamos ter marcado um ou dois golos? Sim.
Podíamos ter sofrido quatro ou cinco? Sim.
Mas nunca demos qualquer indício de podermos ganhar o jogo.
O treinador do Porto conseguiu de facto desestabilizar-nos completamente. E engarrafou, bloqueou, interceptou tudo o que era possível. Ganhou bem e ainda por cima confirmou a sua tese: "Somos uma equipa que quer esteja a ganhar por um, por dois ou por três golos, ou a perder por um, ou mais golos, joga sempre da mesma maneira"! O que nem é verdade, mas pareceu!
A defesa do Porto tornou-se "super" de um dia para o outro? Não.
César Peixoto é intransponível? Claro que não.
Então o que é que verdadeiramente se passou para entregarmos tranquilamente os pontos?!
Velhos hábitos... velhos hábitos...
Concretizemos um pouco:
Este era um jogo para jogarmos com dois extremos abertos, lançados em ataques rápidos (tentámos com um, Paulo Sérgio, mas o rapaz está completamente fora de forma, trapalhão, incapaz de dominar convenientemente uma bola!).
Este era também um jogo para arriscarmos na defesa, porque temos jogadores com boa velocidade de recuperação.
Este era um jogo para baralharmos o Porto, abdicando do avançado centro clássico, deixando os centrais adversários a falarem sozinhos.
Este era finalmente um jogo para termos mais frieza, mas ao mesmo tempo mais capacidade de reacção, mais frenesim, outros reflexos. E não podemos falhar tantos passes! Qualquer alívio, qualquer sobra de bola ía parar invariavelmente aos pés dos jogadores do Porto! Assim não dá.
Falar das exibições individuais?! Para quê?
Repetir que Marco Aurélio evitou alguns golos?! Para quê?
O que de facto me impressionou, foi a sensação de impotência para dar a volta ao resultado, e é disso que me lembrarei nos tempos mais próximos.
O resto, dirão os jornais com mais ou menos acerto - ‘que o Porto foi um "Vintage" demasiado forte para este Belenenses’.
Deve ser uma coisa do género, mas isso já não interessa.

Nota: Estou entretanto convencido que contra o Estrela da Amadora, voltaremos a ganhar. E uma coisa nada tem a ver com a outra. Penso que me entendem, pelo menos, os velhos belenenses.

sexta-feira, setembro 23, 2005

Era uma vez...

No dia 23 de Setembro de 1919 nascemos Azuis com a Cruz de Cristo ao peito. O sonho nasceu à beira rio, na Praça do Império, à sombra da epopeia lusíada.
Com tais pergaminhos o Clube tinha que ser grande e foi. Se não desmerecermos da obra dos seus Fundadores, continuará a ser.
A bola está em nosso poder.

quarta-feira, setembro 21, 2005

Confirmação

Este era o jogo da confirmação ou do regresso ao passado.
E começou mal, equipas fechadas, encaixadas uma na outra, ambas com medo de perder, a jogar numa estreita faixa do relvado e com o Guimarães a superiorizar-se nos despiques directos!
E veio a asneira do nervoso miudinho?! Golo do Vitória e pensei no jogo com o Estoril da época passada.
Soltei o primeiro grito que Carvalhal não ouviu – “tens que arriscar”; “abre a frente de ataque”...
Inútil. Silas falhava sempre o último passe, o Guimarães não nos deixava pegar no jogo, até que aconteceu um lance decisivo: uma boa abertura de Pinheiro, isola Paulo Sérgio que se antecipa ao guarda-redes, toca primeiro na bola, e existe o inevitável contacto. É um penalty clássico, que Meyong transformou.
Estamos com sorte, comentei para o lado!
Segunda parte, de novo incaracterística, mas sentia-se que se apertássemos um bocadinho, o Guimarães ia-se abaixo. Foi o que sucedeu – canto de Silas e Meyong, de cabeça, venenoso, põe o Belenenses a ganhar.
Estamos safos, pensei.
Veio o terceiro golo num rápido contra-ataque, com Zé Pedro a meter no meio para o disparo de Silas. Antes disso, o mesmo Silas já poderia ter sentenciado o jogo se não falha novamente o último passe! Um jogador com a sua classe tem que ser mais preciso.
Final do jogo, em que respirámos de alívio depois do susto inicial. E quando se ganha, há que dar mérito à estratégia do Carlos Carvalhal e é esta a lógica do futebol, que como se sabe, não é uma ciência exacta.
Também não nos podemos esquecer que não estávamos a jogar sozinhos, e, diga-se, o Vitória de Guimarães, “que não podia perder”, dificultou ao máximo o nosso triunfo. Registe-se como curiosidade que o Neca esteve bem, é um jogador nuclear no sistema de Jaime Pacheco, e nas bolas paradas ainda assustou!
Resultado final: Belenenses – Vitória (3-1).
O treinador de bancada refere o mais positivo e o mais negativo do jogo:
Positivo – a classe e segurança do nosso jogo aéreo defensivo, com realce para Gaspar e Sandro Gaúcho, este último, o melhor jogador do nosso lado!
A faceta disciplinada e profissional da equipa do Belenenses que assim evita atritos desnecessários com o árbitro!
Negativo – o nervosismo inicial, especialmente no flanco direito defensivo; e a imprecisão no passe já referida dos jogadores de meio-campo (descontado, claro, o mérito do Vitória)!

A partir de agora a estrada desanuvia-se e só peço ao Carlos Carvalhal que evite pronunciar a frase “assassina”, que amolece e irresponsabiliza o “balneário” – “não somos candidatos ao título”. Disfarce, e diga que “pensamos jogo a jogo”!
E o próximo jogo é com o Porto que funciona muito bem do meio campo para a frente mas que tem uma defesa frágil.
Temos que explorar o ponto fraco do adversário, mas até eu sei que as coisas nunca são assim tão simples nem à medida dos nossos desejos.
Saudações azuis integrais.

terça-feira, setembro 20, 2005

Co Adriaanse tocou na ferida...

Em conferência de imprensa, o treinador do F.C.Porto, referiu-se à “estúpida” regra dos cartões amarelos que aqui vigora, estabelecendo um paralelo com o que se passa na Holanda.
Lá, depois de uma série de quatro cartões amarelos (cá, são cinco) o infractor é penalizado com um jogo de castigo, passando de seguida, por cada cartão amarelo, a cumprir novo jogo de castigo!
As vantagens do sistema são evidentes: o espectáculo melhora, os “sarrafeiros” são afastados, diminuem as lesões, as “limpezas” de cartões tornam-se problemáticas e terminam os comentários deseducativos (anti desportivos) sobre faltas “cirúrgicas” ou “inteligentes”!
A única desvantagem visível seria a de proporcionar algum benefício aos grandes clubes – porque atacam mais e “obrigam” por isso a outro esforço das defesas, e daí, ao recurso a faltas eventualmente puníveis com cartão amarelo.
O facto de terem plantéis mais equilibrados também poderia pesar um pouco a favor dos grandes, pois admite-se que teriam mais soluções em caso de impedimento por castigo.
Isto, em termos teóricos.
Mas Co Adriaanse não se informou para que país é que vinha, ao contrário de Koeman, que sabe do que a casa gasta pois jogou algum tempo aqui ao lado, em Barcelona.
Em Portugal as desvantagens de tal sistema aumentam em flecha: a pressão sobre os árbitros, vinda do público, dos dirigentes e da comunicação social seria enorme, adensando ainda mais o clima de suspeição em que vivemos.
Passaríamos toda a semana a discutir e ver imagens das entradas e não entradas, faltosas ou não faltosas, merecedoras ou não do respectivo cartão. Um inferno.
Penso que o caminho apontado pelo treinador do Porto é inevitável, mas em Portugal terá de ser faseado, obrigando à prévia autonomia da arbitragem, de que toda a gente fala, mas nunca mais acontece!
Sugiro para a próxima época: Quatro cartões, um jogo de castigo; a partir daqui, por cada série de três amarelos, novo jogo de castigo.
Para começar já não seria mau.

Surpresas de um navegador solitário

Solitário e inexperiente. Navegava eu em mar chão, sem pensar na vida ou nas preocupações que um belenense normalmente transporta, quando resolvi aportar a um cais conhecido – o “belenenses sempre”. Desembarquei numa importante descrição sobre a saga da recuperação do Estádio do Restelo, com todas as suas elucidativas peripécias, e resolvi fazer um comentário, e lembro-me que na altura, o postal ainda não tinha qualquer comentário. Fui sucinto e referi apenas a oportunidade de tal divulgação! Recuperei o rumo e segui viagem.
Dormi descansado e só no dia seguinte me dei conta dos tremendos perigos que corri porque, mal me afastei, rebentou de imediato uma autêntica batalha campal (ou naval), com flechas e tinteiros a sobrevoar a terra de ninguém, onde por sorte, eu já não estava!
Recolhido em porto seguro, não quis acreditar que o meu singelo comentário pudesse ter dado origem a tamanho desacato, e questionei o meu companheiro de viagens, sobre as razões da tempestade?!
SPM, marinheiro mais experimentado, lá me explicou que aqueles comentários vinham de trás, que aquilo não era nada comigo, eram transcrições, acertos de contas, e que eu tinha que me habituar a reconhecer o traço contínuo e o tracejado, etc., etc.
Ora bem, recém-chegado à blogosfera, mal sabendo ainda mexer em todas as teclas e botões, não quero impor as minhas regras a ninguém. Mas tem que haver uma regra mínima e, passe a tentativa de ironia com que iniciei o texto, creio que a regra mínima a respeitar será decerto tomar como base de comentário, o assunto do “postal”.
Parece-me elementar.

Nota: Luís Lacerda também chamou a atenção para o facto.

segunda-feira, setembro 19, 2005

Liga Betandwin.com 2005/2006

4ª Jornada



Hoje no Restelo, às 19:00h.



Mais informações no Site Oficial

quinta-feira, setembro 15, 2005

Depois das férias

1. Manifestamente... insuficiente

Sequeira Nunes promoveu um almoço de reconciliação entre os Presidentes do Benfica e do Sporting, que segundo dizem correu bem! Para lá do acto, indiscutivelmente louvável, estava por certo a tentativa de ressuscitar o denominado “manifesto para a regeneração do futebol português”, e aqui as aspas, não encerram ironia ou qualquer outro processo de intenção.
Já expusemos neste local, abundante teoria sobre esta matéria pelo que me abstenho de a repetir, por isso, relativamente a este encontro, faço apenas o seguinte comentário: os grandes devem entender-se entre si, e os pequenos também. Assumidas as respectivas posições prévias sobre os assuntos que interessam, devem reunir-se na Liga, na presença do Presidente em exercício e chegar posteriormente a um consenso. Quaisquer encontros ou reuniões fora deste quadro estão fatalmente destinadas ao fracasso. Exemplifico: Reuniões entre dois grandes sem a presença e anuência do terceiro, são mero fogo de vista e não levam a lado nenhum.

2.Violência doméstica

Petardos incandescentes (segundo relato de testemunha local, seis verdes e dois encarnados), pancadaria à saída, desacatos vários, foi assim no recente Sporting/Benfica. A televisão pública, no telejornal da noite de terça-feira, porque se trata do “casalinho”, resolve branquear os incidentes passando imagens de violência nos estádios sul-americanos, não sei se africanos..., (esqueceu-se por certo de falar no Iraque!), tudo isto para “exemplarmente” justificar o que se passa cá dentro!
Quem se admira com os estádios vazios?!

3. Há qualquer coisa de diferente...

Para melhor, digo eu. Duas vitórias seguidas, uma postura personalizada, Marco Aurélio não foi incomodado, o contra-ataque sempre venenoso e... Meyong!
Eu sei que há mais, mas por agora fico-me por aqui.

4. Os candidatos

Não é o que estão a pensar! Refiro-me ao título! O Belenenses com a equipa que tem, não fora os “imponderáveis”, (sistema que rodeia a arbitragem, incluindo a comunicação social), seria este ano um candidato possível, atendendo à equipa que tem. Explico: Dos três candidatos do costume pode-se dizer que, à semelhança do ano passado, nenhum tem uma equipa decisiva; O Porto, ao contrário do que se diz, apresenta-se muito fragilizado no aspecto defensivo, zona capital que define quase sempre o campeão. O Sporting sofre do mesmo, embora tenha uma rotina de jogo melhor que os outros dois. Quanto ao Benfica, tratado por muito ignorante como “coitadinho”, tem uma boa defesa (tem bons defesas) e reforçou-se ultimamente com inteligência! Se a isto juntarmos as benesses que habitualmente recebe, ainda não está liquidado.
O Braga foi e vai ser destruído, por isso não tem hipóteses.
O Belenenses tem vindo a ser construído de trás para a frente, e resolvido (parece que está) o problema do flanco esquerdo, tem uma excelente defesa, a que se soma um ataque perigoso. Dispõe, além disso, de suplentes e soluções de recurso que, se não houver lesões complicadas, podem assegurar um rendimento de grande regularidade.
Claro que se nos chegarmos aos lugares do “dinheiro”, iniciar-se-á de imediato uma campanha para nos desalojar: contemos com espoliações, provocações e castigos, assédio aos nossos jogadores nucleares, etc., etc.
Mas, se por um acaso tivermos coragem e serenidade para enfrentar tudo isso, e se a sorte não nos virar as costas nos momentos decisivos... festejaremos... ao fim de mais de meio século!
Estou a sonhar?
Talvez.

5. Capela de Santo Cristo

Esclarecido e bem informado pelo consócio Abel Vieira, que por sua vez me fez chegar a notícia dos esforços do nosso consócio Rui Vasco e também da actual Direcção, resta-me agradecer e disponibilizar este espaço para o que for necessário no sentido de resolvermos este assunto de forma condigna.

domingo, setembro 11, 2005

3ª Jornada


Segunda-Feira, 12 de Setembro às 20.30h.
Transmissão na SportTV

domingo, setembro 04, 2005

A Capela do Senhor Santo Cristo

A Capela do Senhor Santo Cristo tem quinhentos anos!
“Descoberta” e recuperada aquando da construção do Estádio do Restelo, fazia parte da antiga quinta do Mosteiro dos Jerónimos e ali está hoje, encostada e despercebida, junto ao portão poente, na rua de Alcolena.
O plano inicial do Estádio do Restelo respeitou naturalmente este monumento nacional e era concerteza seu desígnio enquadrá-lo devidamente, integrando todo aquele espaço num conjunto harmonioso e duradouro.
Entretanto, o que fizemos nós, belenenses?
Por ignorância e incapacidade, pespegámos-lhe em cima com um “pavilhão”, autêntico corpo estranho em termos arquitectónicos, desportivamente desactualizado, e que continua a inviabilizar a requalificação daquela zona.
Não está sequer em causa o esforço e boa vontade que levou à construção daquele edifício. A questão não é essa. Prende-se antes, com as vistas curtas, com a política de desenrasque, que normalmente não respeita a envolvente e contribui para desvalorizar a “herança” posta à nossa guarda!
O pior é que estes exemplos parece que fazem escola, e só assim se compreende a recente construção da cobertura contígua ao Pavilhão Acácio Rosa, em forma de urna, entaipando o campo de treinos, sem qualquer perspectiva ou futuro, e que ao fim e ao cabo se traduz em mais um “abarracamento”!
Ora bem, não custa muito perceber, que daqui a quinhentos anos, o Estádio do Restelo, o Belenenses, os outros clubes de futebol, o próprio futebol, já não existam... mas é bem possível, que aquela capelinha continue de pé, a desafiar o tempo e a nossa memória colectiva! E tudo isto é natural.
Existe contudo a possibilidade real de prolongarmos por muitos e bons anos o nosso convívio e boa vizinhança com a Capela do Senhor Santo Cristo. Basta compreendermos, com a necessária humildade, que as nossas obras são sempre pequenas quando não respeitam o que nos foi confiado. Depois de entendermos isto, talvez seja possível edificarmos alguma coisa de verdadeiramente duradouro.
O Belenenses e o Estádio do Restelo agradecem, e eu tenho que agradecer a inspiração deste postal, ao Senhor Santo Cristo.
Saudações azuis integrais.