terça-feira, setembro 23, 2008

Dia de reflexão

Não tenho que justificar o que publico tenho apenas que me manter fiel aos princípios e opiniões que perfilho e se posso rever as minhas opiniões, por força da razão alheia, já é mais difícil alterar princípios ancorados na educação que me transmitiram. Um desses princípios é a verdade e neste caso a verdade sobre a real situação do Clube, verdade que tem que ser dita aos sócios para que possam escolher o melhor para o Belenenses. Há muito tempo que reclamo por isto.
Finalmente surge um depoimento desassombrado de quem desempenhou cargos de responsabilidade no Clube e começamos todos a perceber, refiro-me aos sócios ou adeptos comuns, qual a verdadeira extensão da decadência do Belenenses, o grau de colonização e asfixia que as modalidades vêm impondo a um Clube que nasceu ( há 89 anos) para o futebol, modalidades que ganharam alento e cresceram a cada descida de divisão! Como se não bastasse foram elas o trampolim para a casta de dirigentes que temos, que desconhecem e desgostam do futebol, que o suportam apenas para manter as suas ‘quintas e quintinhas’ no Restelo.
Não estou a diabolizar as modalidades, está escrito com todas as letras no testemunho de Ricardo Schedel! A expressão ‘quintas e quintinhas’ também não fui eu que a inventei – está referida numa passagem que explica tudo sobre a fragilidade e impotência governativas.
Por isso passei ao largo das contas e dos diferendos contabilísticos, como passei ao lado das guerras pessoais, nem me interessa saber qual foi a melhor ou a pior direcção dos últimos anos. Posso apenas concluir que neste estado de coisas ninguém pode fazer nada pelo clube.
Por isso hoje não é um dia de festa para mim, e penso que para nenhum belenense.
É um dia de reflexão.

Saudações azuis.

domingo, setembro 21, 2008

"Contas da SAD: Ricardo Schedel na primeira pessoa"

"(…) Agora há duas opções para continuar:

1) Definir uma verba a dar pelo Clube, maior até do que a suposta actual, garantir que ela é religiosamente paga e o Clube fica com o resto (e ainda é muito). Se der para ter 500 modalidades, que tenha 500 modalidades; se der para ter só uma que tenha só uma; se não der para ter nenhuma, que não tenha nenhuma. E, se as modalidades rebentarem com os seus orçamentos, como sempre acontece, ou o Bingo deixe de dar tanto, o Clube que se amanhe e não esteja à espera que seja a SAD a resolver os seus problemas.

Ou

2)Separa-se totalmente o Clube da SAD. Esta recebe a sua quotização, a sua publicidade, a sua quota parte das receitas do Bingo e joga onde for mais barato: se for no Restelo, tudo bem, se tiver de ser no Estádio Nacional, por exemplo, tudo bem também.

Ou então, que é pelos vistos o que querem, acaba-se de uma vez por todas com essa chatisse do futebol, que só causa problemas, que ainda por cima não ajuda o Clube, coitadinho que é pobrezinho, e que assim poderá criar mais umas tantas modalidades e ir para o Guiness como o clube mais eclético do mundo (com o berlinde, o lançamento do pião, ou, para ser mais sofisticado e pioneiro em Portugal, com aquela modalidade em que há uns tipos a atirarem uma espécie de rodelas numa pista de gelo e uns outros a varrerem à frente).
Saio sabendo que criei muitos anti-corpos e inimizades. Sei que fui até acusado de me ter aproveitado do Clube; logo eu que, apesar de ter entrada gratuita como dirigente, para além da quota azul ainda pagava as quotas suplementares para ajudar o Clube e que ainda sou um dos últimos “malucos” do Grupo dos Mil. Mas estou-me nas tintas. Sei que estou a sofrer por nunca ter abandonado o CF e por sempre ter dado a cara por ele. Tenho, por isso, a consciência tranquila. Eu que tinha saído com um grande prestígio há 15 anos, sei que dei muito mais agora do que naquela altura.
Deixo para vosso julgamento, este testamento do qual peço desde já desculpa, e os números que o acompanham. É o vosso julgamento, dos verdadeiros sócios do Clube, que me interessa.
Agora vou voltar ao que realmente gosto. Ver na bancado os jogos do meu Clube. Daqui a uns anos ainda lá estarei, velho caturra, a ver o Belenenses-Odivelas ou o Belenenses-Bucelenses e a comentar com os 5 ou 6 que ainda restam: “Lembram-se de quando este Clube era grande? ...
... Ou talvez nem isso possa fazer, porque o futebol já acabou finalmente no Clube e este pode ter o supremo orgulho de se chamar então Clube Eclético “Os Belenenses”.
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Este texto pode ser lido na íntegra no blog 'Torres de Belém'.

Dose de leão

Nestes jogos em Alvalade o melhor é acordarmos préviamente o resultado e fica tudo mais fácil. Vamos ao notário, admitimos a derrota antecipada e escusamos de dar cabo dos nervos, dos meus, e dos adeptos que ainda sofrem e esperam alguma coisa do Belenenses. Mesmo no sofá, sozinho, a fingir que não vale a pena irritar-me, aquilo é dose para leão! E eu não sou leão e acabo por explodir. Lembro-me de três explosões incontroláveis, mas houve mais - a primeira numa falta desnecessária (e infantil) do Mano que, felizmente, o Rochemback atirou ao lado. E eu até gosto do Mano e acho que ele deve jogar sempre, para se moralizar, e viu-se que ganhou confiança e cresceu durante o jogo!
A segunda explosão aconteceu quando o Zé Pedro falhou, de novo, o passe de transição ofensiva, um passe que não se pode falhar, porque volta tudo ao mesmo, com o Sporting a ensaiar outro… e outro ataque. E eu até gosto do Zé Pedro, porque ele trabalha muito dentro de campo e torna-se perigoso quando se aproxima (com a bola controlada) da área adversária.
A última explosão resultou de um acumular de situações de stress com as escorregadelas e demoras do Gavilan em soltar a bola. Para dizer a verdade o acumulado não tinha só a ver com o Gavilan mas com a sistemática confusão entre os médios e os centrais na hora de saltar à bola!!! A bola vinha bombeada pelo guarda-redes ou pela defesa do Sporting e era certo e sabido que o médio recuava para se fazer ao lance e chocava invariavelmente com o central que se adiantava com o mesmo intuito. Podiam até ter-se aleijado. Na segunda parte o entendimento melhorou e é por isso que eu digo que também gosto do Gavilan, e pasme-se, gosto dos centrais, embora ache que afinal temos excesso de centrais e poucos laterais. Lá diz o ditado, não há fome que não dê em fartura!
O Maykon a lateral viu-se e desejou-se, é um erro de casting e custou-nos um penalty desnecessário porque o rapaz não sabe desarmar em zonas de risco, nem me parece que tenha rins para aquele lugar. Em contrapartida movimenta-se bem na ala esquerda do ataque e criou um lance que merecia melhor sorte.
Atenção que isto não é uma crónica do jogo, é um desabafo, que bem preciso.
O Porta apesar de algumas distracções nos foras de jogo, fartou-se de correr, é um centro avante ligeiro e merece mais oportunidades. Ele e o Wender estavam muito sozinhos lá na frente. Sozinhos e distantes do resto da equipa, nitidamente receosa de subir no terreno, com medo de ser surpreendida.
De vez em quando prestava atenção aos comentários do Carlos Manuel, homem sábio e prudente, que lá foi dizendo que o Belenenses ainda está muito atrasado na construção de uma equipa. Os jogadores recebem a bola parados, não se desmarcam, têm receio de errar, e assim criam-se poucos desequilíbrios e por consequência poucas oportunidades de golo. Tenho que admitir que o Carlos Manuel tem alguma razão e o tempo urge.
Enfim, depois de escrever estas linhas estou mais calmo, mais conformado, mas Casemiro Mior tem que dar ao pedal porque aquele entrosamento está muito fraquinho. Os níveis de confiança também.
A terminar diga-se que a seguir ao segundo golo do Sporting podíamos ter reduzido embora também haja mérito de Rui Patrício. E não nos podemos esquecer que o primeiro golo do Sporting é irregular sem margem para dúvidas. Embora a defesa (e a meia defesa azul) tenha ficado parada à espera uns dos outros.
Enfim, haja esperança e apoiemos os nossos jogadores porque todos eles se esforçaram e envergam a camisola da Cruz de Cristo.
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Saudações azuis.

sábado, setembro 20, 2008

Inqualificável

“…Carrada de pernas de pau do Brasil…. contentor de brasileiros trôpegos e, em maioria, impróprios para a função…”!
É nestes termos que se expressa o director do jornal “A Bola”, num artigo de opinião publicado hoje, quando se refere aos jogadores brasileiros contratados pelo Belenenses!
Falta de educação? Sem dúvida.
Falta de respeito pelo próximo? Também, atingindo injustamente pessoas que foram livremente contratadas e que apenas pretendem trabalhar cumprindo assim o seu contrato.
Uma manifestação desagradável de racismo? Pois parece, muito embora o objectivo do texto seja outro, a saber - defender a anterior direcção das críticas da actual direcção demissionária.
Seja como for é uma atitude inqualificável porque para defender os nossos argumentos não vale tudo. Mesmo em artigos de opinião o respeito e a educação devem estar em primeiro lugar.
Para além do mais os insultos proferidos traduzem-se numa clara desvalorização dos activos de um clube que afirma ser o seu!
O Belenenses devia reagir? Sim, se houvesse coragem.
De qualquer modo não lhe ficava mal um pedido de desculpas, pela mesma via, ao presidente da assembleia geral do Belenenses. E aos jogadores atingidos também.

sexta-feira, setembro 19, 2008

Comissão ou JSN!

A sigla com que assino é JSM mas se trocarmos a última letra pela senhora que se segue podemos ler: - Junta de Salvação Nacional… que no seu tempo não chegou para salvar este país de si próprio, águas passadas que não gosto de recordar.
Regressando ao presente azul desmaiado só entendo uma Comissão de Gestão se tiver esse espírito excepcional de ‘salvação’ do Clube. Se for para gerir a crise ou preparar futuras eleições não vale a pena darem-se ao incómodo, porque não resulta. Nunca resultou.
Mas entendo o argumento de Gouveia da Veiga: nas condições actuais, sem sabermos toda a verdade sobre a real situação do clube (em todos os seus aspectos) não há ninguém (vindo de fora do circuito do poder) que arrisque candidatar-se. E, acrescento eu, a única maneira para que a verdade seja revelada aos sócios será (talvez) através deste expediente a que chamamos - Comissão de Gestão.
Refiro-me à verdade possível, melhor dito, à verdade útil, aquela que pode fornecer os elementos para que os sócios possam decidir em consciência qual o futuro que pretendem para o Belenenses.
Aceito nestes termos o preço da concórdia, que pode e deve ser pago em nome dos superiores interesses do Clube, da sua sobrevivência. Mas com uma única condição: - saber a verdade… para agir em conformidade.

Saudações azuis.

quarta-feira, setembro 17, 2008

“As ondas do Restelo”

“Duas jornadas apenas no campeonato, a época ainda no começo e o treinador já mal consegue respirar com a contestação. Casemiro Mior já não consegue levantar-se do banco no Restelo sem ser contestado.
Na mente dos adeptos ainda está o bom futebol praticado pela equipa nas últimas épocas, pensam a par do fantasma de Jesus, e não aceitam que tudo isso se tenha transformado num jogo triste e sem dinâmica. A equipa foi montada com um saco de jogadores brasileiros – doze – mas saíu o craque goleador, Weldon. Pelo meio, ainda com o aroma do bom jogo, resistem Silas e Zé Pedro. Custa entender o porquê das coisas terem deixado de fazer sentido no Belenenses. Um orçamento de 8 milhões de euros não rima com nada disto.
Buscando soluções para o futuro, a palavra mais repetida por Casemiro Mior tem sido adaptação. À maior velocidade europeia, mais em força, as novas tácticas, espaços.
Se isso faz sentido para um jogador ou outro, custa entender um projecto que comece com esta ideia aplicada ao funcionamento de todos os sectores da equipa.”

Com a devida vénia - Luís Freitas Lobo in Jornal “A Bola” de 17/09/08.

Comentário: Existe neste texto de Freitas Lobo, que habitualmente leio e aprecio, uma crítica explícita ao trabalho realizado (até agora) pelo treinador do Belenenses. Sabendo que é fácil criticar da bancada (ou através de artigos de opinião) temos que admitir que alguma verdade subsiste quando o autor aponta o dedo às dificuldades de articulação da equipa. Ainda assim espero que Casemiro Mior seja como os corredores de fundo, que partem de trás, cheios de dificuldades, mas acabam na frente a discutir os lugares cimeiros. E que outra esperança podemos ter… nesta altura do campeonato?!

Saudações azuis.

domingo, setembro 14, 2008

Trocas e baldrocas

Trocar de presidente?! Já está.
Trocar de treinador?! É já a seguir.
Trocar de jogadores?! Todos os dias.
E para quando trocar de sócios?…

Vi o jogo treino com o Vitória de Setúbal e li hoje as declarações de Casemiro Mior. Mas comecemos pelo jogo:

Uma nova experiência, uma nova equipa (diferente da que jogou na primeira parte contra o Paços de Ferreira) e ao que tudo indica apontada a Alvalade.
Principais diferenças – a entrada para o eixo defensivo de Alex (no lugar de Arroz) fazendo companhia a Carciano; as laterais foram ocupadas por Mano no lado direito (em substituição do lesionado Baiano) e por Maykon na esquerda ( no lugar do também lesionado China); à frente da defesa jogou Gabriel Gomez, enquanto Cândido e Silas fechavam de um lado e do outro do meio campo; mais à frente vagueavam Wender e Roncatto, com aquele a descair (desmarcar-se) muito para as faixas; no centro do ataque estava Porta.
Portanto, muitas caras novas.
Na primeira parte do treino o Vitória controlou o jogo graças a uma maior mecanização e entreajuda entre todos os elementos mas seria injusto não realçar a importância de ter Leandro Lima, um jogador acima da média que se mexe e faz mexer a equipa. Nós não temos, por enquanto, um jogador com essas características a meio campo – qualidade e espontaneidade do passe a significar grande visão de jogo. E a propiciar a obtenção de golos.
Do nosso lado, quer Silas quer Cândido Costa, e mesmo Gavilan, têm sempre um compasso de espera, que dá tempo ao adversário para se recompor ou tentar o desarme.
E por falar em golos, a primeira parte também revelou essa faceta que começa a complicar as contas de qualquer equipa – enorme dificuldade em criar situações de golo e já sabemos que para marcar uma vez precisamos de criar várias oportunidades.
O Vitória marcou num lance fortuito de contra ataque (pediu-se fora de jogo) mas a verdade é que o passe que desmarcou o avançado sadino surpreendeu a meia esquerda da defesa azul. O segundo golo aconteceu através de um livre bem marcado, uma simulação inicial de remate que enganou Costinha. Esta foi a história da primeira parte com o Vitória a recolher aos balneários a ganhar por 2-0.

Na segunda parte o Belenenses surgiu sem alterações mas com outra velocidade a trocar a bola e com a equipa mais junta. E finalmente com os laterais a subirem (na primeira parte só Maykon se aventurou) com Mano a mostrar rapidez e envolvência. Aconteceram então algumas jogadas perigosas, alguns cruzamentos à linha, que arrancaram os primeiros aplausos aos sócios do Belenenses. O uruguaio Porta revelou-se um jogador ágil e com poder de elevação, falhando por um triz um cabeceamento que daria um bonito golo! Roncatto, até aí enervante, muito individualista e conflituoso, teve finalmente uma boa jogada falhando o golo só com o guarda-redes pela frente. Estamos a falar de Pedro Alves que já jogou de azul e que entrou na segunda parte, ficando na retina uma extraordinária defesa sobre um potente livre de Gavilan!
Apesar de todo este pressing o Belenenses haveria de ser surpreendido num contra ataque já perto do final sofrendo assim o terceiro golo e com a equipa a denotar já pouca capacidade de recuperação defensiva.
Mas este segundo período foi do Belenenses… só que não marcamos (e falhamos) golos!
A cinco minutos do fim Casemiro Mior fez algumas substituições de uma assentada mas já não deu tempo nem para jogar nem para fazer uma apreciação de quem entrou.


Conclusões:

É preciso definir a equipa principal de uma vez por todas e assim que esteja definida torna-se necessário apostar nos respectivos jogadores a fim de os moralizar;
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O patrão da equipa ainda não existe nem pode existir atendendo ao que se diz no ponto anterior, não obstante o facto de termos de inventar um ‘Leandro Lima’. A propósito, o que é feito de Sérgio Organista?!
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Nesta primeira fase do campeonato e atendendo à deficiente interligação entre sectores (na minha opinião, a principal responsável pelos golos sofridos) talvez fosse preferível armar a equipa sobre o ‘pendor defensivo’ , com dois trincos rápidos, acautelando as dobras, numa espécie de equipa de contra ataque, sistema familiar à mentalidade dos jogadores mais antigos do plantel;
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Entretanto, não vamos entrar em dramas escusados e pode ser que a equipa engrene de repente… já em Alvalade. E logo em Alvalade…
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As declarações finais de Casemiro Mior não são brilhantes, especialmente pelo tom. Os treinadores também precisam de sorte mas não podem ter um discurso desmotivante;
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Por muito que queiramos minimizar o vazio directivo (e quem o provocou) a verdade é que se sente no Restelo um ambiente de culpa (e apreensão) que não dá para disfarçar. Os sócios cochicham em pequenos grupos mas todos sabemos que a responsabilidade pelo estado do Clube é nossa – de todos os belenenses. Prevejo tempos muito difíceis para além do futebol.

Depois de Alvalade voltaremos ao assunto… do futebol.
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Saudações azuis.

quinta-feira, setembro 11, 2008

A invasão silenciosa

Não é ficção científica, é uma história clássica que prenuncia a derrocada final. Começa devagarinho, na maior parte das vezes é premeditada mas no caso do Belenenses não foi, aconteceu ou foi acontecendo com a decadência do futebol e foi nesse vazio crescente que as modalidades foram ganhando peso e importância. Isto significa que o actual quadro dirigente do clube (aqueles que têm influência decisiva na sua vida) se alterou substancialmente e é hoje constituído por pessoas que ‘subiram’ através das tais modalidades e não porque tivessem contribuído para o êxito do futebol azul - antigamente o único critério para todos os belenenses.
Nestas condições e para esse grupo de pressão o futebol aparece já não como a alma ou a essência da colectividade mas apenas como mais uma modalidade, por enquanto a mais importante.
Por aqui se compreende que surjam expressões divisionistas como sócios ‘futeboleiros’ para os distinguir dos outros, sejam os que frequentam o Restelo por causa do pavilhão, das piscinas, do rugby, ou por qualquer outro foco de interesse. Sejam inclusive os chamados eclécticos que vão a todas.
Esta situação era aliás inevitável e chegamos ao ponto da galinha e do ovo – discussão tão interessante quanto inútil. Incluindo nas inutilidades andar a escavar sobre mortos e vivos, numa espécie de caça às bruxas sem fim à vista.
Mas existe uma discussão útil, a saber: cientes de como esta história vai terminar não seria de enfrentar o destino pelos cornos em lugar de continuarmos com paliativos a adiar o Clube de Futebol “Os Belenenses”?!

Saudações azuis.

sexta-feira, setembro 05, 2008

Pois claro!

Qual é a admiração?!
Fugiu um patife confesso na óptica da situação e vamos lá apoiar uma comissão de gente boa, gente que não tem nada a ver com o anterior designado, nada a ver com o descalabro, com a desertificação, com a decadência do clube e começa a não ser a mesma coisa falar do Restelo e falar do Belenenses! Explico: para se ser ‘sócio do Restelo’ temos que aceitar umas quantas regras ditadas por um conjunto de pessoas (não eleitas) que a toda a hora nos lembram quais são os nossos deveres para que possamos então adquirir alguns direitos. Coisa diferente é ser sócio do Belenenses e esses têm cada vez menos vontade de ir ao Restelo! Falo por mim e sei do que estou a falar.
Mas voltando ao momento auspicioso onde já desponta um novo herói, na pessoa do presidente da AG, parece-me que temos novidades – as mesmas, como dizia o outro!
Lesto a mudar de opinião o presidente Anes entendia ontem - eleições o mais rápido possível, e para todos os órgãos, porque o clube precisa de um novo rosto; entretanto, parece que é melhor uma comissão de gestão, com gente de todas as sensibilidades, porque os sócios estão muito divididos!
As eleições e a rotura com o passado podem esperar, isto vai continuar assim que é assim que a malta gosta. Ah, e vamos debruçarmo-nos (mais uma vez) sobre os estatutos porque o que está a atrasar o Belém são os estatutos! Estatutos que não prevêem a impunidade dos arruaceiros e por isso talvez se possa melhorar nesse aspecto incluindo algumas excepções. E não se esqueçam de apoiar (e institucionalizar) outros grupos de pressão que é para ver se dão cabo do resto!
Uma pergunta: já parou a contestação à equipa de futebol, aos brasileiros, ao treinador, etc. etc.? Ou isso agora já não interessa?!
Outra pergunta: e os resultados da auditoria existem ou não existem? Fez-se ou não se fez alguma auditoria?
É que não estou a ver uma comissão de gestão ‘unitária’, onde portanto hão-de estar os visados na tal auditoria, a fustigarem-se numa sessão de masoquismo primário! Não estou mesmo a ver.

Saudações azuis.

quinta-feira, setembro 04, 2008

Uma vergonha

Já me contaram muitas histórias, já li muitos romances, mais isto e mais aquilo, mas em primeiro lugar o que se torna necessário afirmar sem subterfúgios é o seguinte – condeno veementemente os insultos e as ameaças perpetradas contra o Presidente do Belenenses, eleito para o cargo pela maioria dos sócios votantes!
Tudo o resto vem depois, e não chegou ainda a hora de abordar outro assunto.
Explicações para a demissão deu-as o presidente numa entrevista clara e objectiva - não tinha condições para dirigir o clube face à onda de contestação, aos insultos e às ameaças à sua integridade física! Só não percebe quem não quer.
Mas pelo que leio o óbvio é afinal obscuro e surgem teorias da conspiração insinuando razões mais profundas para a demissão de Fernando Sequeira. Cito de memória algumas frases edificantes – ‘que o presidente se pôs a jeito’, ‘que ele devia saber ao que vinha’, ‘foi-se embora porque falhou o projecto imobiliário’, ‘é um cobarde…’ só faltou dizer que a profissão de presidente do Belenenses inclui umas bofetadas sempre que alguns ‘associados’ entendam por bem aplicá-las!
Mas o mais grave de todas estas ‘explicações’ é o facto de deixarem na penumbra os arruaceiros e os seus mandantes! Despacham o assunto dizendo que é um caso de polícia! Porém, aqui chegados, das duas uma – ou andam muito distraídos ou pactuam com o clima de intimidação e impunidade que vigora no Belenenses há muitos anos. Clube onde residem (e resistem) um conjunto de poderes fácticos que condicionam tudo à sua volta. E ai de quem pense afrontá-los nos seus interesses e mordomias. É ameaçado e corrido. Esta sim, é uma boa explicação para a decadência permanente, para o vira o disco e toca o mesmo, para o afastamento dramático dos sócios, para a ingovernabilidade do clube.
Por isso e como referi em comentário que fiz no ‘Belém Livre’ pouco interessa saber se Fernando Sequeira errou ou não errou, se está lá por isto ou por aquilo, porque mesmo que fosse o melhor presidente do mundo ter-lhe-ía acontecido o mesmo… se por acaso tentasse mexer com os interesses instalados. É essa a sensação que fica no fim desta história.
Também por isso há muito que advogo uma rotura total com o passado recente e quem se candidatar só terá sucesso se puser em cima da mesa (antes das eleições) uma proposta radical – eu já a escrevi em tempos.

Saudações azuis.

segunda-feira, setembro 01, 2008

Postal de férias

Vi a primeira parte a sul do continente e fui jantar fora pouco descansado - aquele falhanço de Vinicius que daria o 2-0 era de mau agoiro e foi… O telefone tocou mais tarde e o empate soou-me a desfeita uma vez que o Belém do primeiro tempo tinha cumprido os serviços mínimos para levar de vencida o Paços de Ferreira. O futebol afinal é isto, nada está seguro e como disse o treinador a equipa está pouco confiante e estremece à mais leve aragem.
Hoje, já em casa, acedi aos comentários da blogosfera azul para tentar averiguar o que se terá passado na segunda parte, tarefa difícil de concretizar atendendo ao tradicional bota abaixo que vigora desde que esta Direcção foi eleita! Mas ainda consegui perceber que terá havido alguma desorientação no meio campo com a saída de Zé Pedro e especialmente com a substituição de Gabriel Gomez, ao que parece fruto de alguma precipitação (ou engano) do banco do Belenenses na amostragem das placas! A verdade é que sofremos o golo do empate logo a seguir… o que vem reforçar uma ideia antiga – nos trincos não se mexe.

Já tinha lido e não acreditei, mas afinal é verdade - foi necessária escolta policial para proteger elementos da Direcção no fim do jogo!
Se pensarmos que se trata de uma Direcção eleita pela maioria dos belenenses penso que estamos a bater no fundo e só existe salvação se condenarmos (e reagirmos) sem subterfúgios contra este tipo de comportamentos por parte de quem se julga dono clube e apenas contribui para a sua rápida extinção.
Não esqueçamos que o clube são os sócios que teve , que tem e que terá e por isso a ninguém é legítimo arvorar-se em defensor da alma belenense, julgando-se mais belenense (ou com mais direitos) que os outros.
Neste sentido, o Belenenses não precisa de centrais nem de pontas de lança – precisa apenas de respeito entre a massa associativa e desta para com a Direcção eleita.

No sábado, entre a populaça que se acotovelava vi de longe a incapacidade de Jesualdo para matar um desafio que lhe corria de feição. Vi também os encarnados caírem exaustos pedindo substituição e achei graça aos comentários que criticam a preparação física do Belém!
Mas continuo a não achar graça nenhuma aos enormes brindes que oferecemos quer ao Porto quer ao Benfica nas pessoas de Rolando e Amorim!!! Como foi possível não termos segurado a tempo estes jogadores com contratos que nos rendessem dinheiro que se visse??? Quem foram as Direcções responsáveis por esta enorme omissão??? Onde estavam na altura os ‘associados’ que queriam bater nesta Direcção??? Que ao contrário das anteriores, e ao que consta, tenta segurar as nossas jovens promessas!

Não conheço ninguém desta Direcção, mas só por isso ( e pela má vontade que desperta entre as ‘quintinhas’ do Restelo) passa a ter o meu apoio e consideração.

Saudações azuis.


Post-Scriptum: Quando me preparava para publicar este postal recebi a notícia que Fernando Sequeira se tinha demitido. Como é fácil de perceber, mais uma vez a contestação de meia dúzia de indivíduos terá conseguido os seus objectivos. O Clube de Futebol “Os Belenenses” sai concerteza a perder.