segunda-feira, outubro 31, 2016

Uma exibição interessante!

É verdade, em Braga jogámos melhor do que eu esperava, fruto de um trabalho colectivo exemplar e o melhor elogio ao Quim Machado veio do treinador adversário! Um elogio sincero. Mas é o resultado que interessa e nesse aspecto ainda temos muito caminho para percorrer.

Este campeonato, como já se percebeu, é essencialmente defensivo, vive de empates e quem tenha algum poder de fogo acaba por fazer a diferença. Que o diga o Guimarães que mesmo dominado em Vila do Conde goleou o Rio Ave graças ao poder dos seus avançados. Marega marcou os três golos!

Ora um dos problemas do Belenenses nesta época tem sido precisamente a ineficácia ofensiva. Sete golos marcados em nove jogos é pouco. Se a este pouco juntarmos alguns erros defensivos o panorama complica-se. O filme do jogo em Braga foi esse. Sofremos um golo inicial que não se pode sofrer, fruto de uma desatenção defensiva, e mais tarde quando tivemos oportunidades para empatar, falhámos.

Vamos aos falhanços: - falhar penalties todos falham mas ter apenas Abel Camará para os marcar isso é mais grave. Sturgeon é outro caso de ineficácia crónica. Sendo um dos melhores jogadores do plantel, terá inevitávelmente de melhorar o seu poder de remate. Isto se quiser progredir na carreira. Aqueles dois lances a papel químico ilustram, para além da incapacidade, a persistência no erro.

E não vou alongar-me. O encontro foi visto e revisto na televisão, devidamente dissecado nos vários órgãos da especialidade, por isso deixo apenas duas notas ao treinador do Belenenses:

A primeira tem a ver com as substituições. Não foram felizes, acontece, é um risco que é preciso correr quando andamos atrás do resultado. No entanto desmantelar o meio campo naquela altura não foi boa ideia. É fácil falar depois do jogo, mas teria sido preferível substituir apenas o esgotado Camará por Tiago Caeiro. Jogador por jogador sem alterar o desenho táctico. A equipa estava equilibrada e com iniciativa de jogo. Sem o trinco sofremos logo o segundo golo.

A outra nota diz respeito às declarações do treinador sobre as responsabilidades competitivas do Belenenses. Quim Machado falou bem - o Belenenses é um grande clube. Hoje como ontem tem que jogar sempre para ganhar. Seja em que campo for. Eu aplaudo, é esse o discurso, não pode haver outro. E acrescento – para ganhar, por muito que o treinador invente, é preciso marcar golos. E para os marcar é preciso quem saiba.*

Resultado final: Braga 2 – Belenenses 1 (Tiago Caeiro)


Saudações azuis



*À atenção da SAD. 

segunda-feira, outubro 24, 2016

Sem argumentos

É verdade, nem um Benfica eufórico e cheio de saúde consegue encher o estádio do Restelo! Há duas razões para tal e ambas más para o Belenenses: - aquele jogo, outrora terrível para as águias, transformou-se num passeio e já nem os adeptos encarnados se dão ao incómodo de uma deslocação a Belém. Quanto aos adeptos azuis, esses heróis, são cada vez menos, porque há cada vez menos heróis. O semblante e as palavras de Quim Machado resumem o jogo: - ‘fizemos o mais difícil que foi chegar à baliza do Benfica. Merecíamos pelo menos um golo’!

Sim, é verdade e o resultado em vez dos lisonjeiros 0-2 poderia ter sido 1-5! E o que é que o Belenenses ganhava com isso?! O problema quanto a mim nem foi este jogo mas o que se espera para além dele. Uma defesa inexperiente, tenrinha, que aquele primeiro golo sofrido ilustra bem, um meio campo lento e que espera por Yebda como quem espera por Dom Sebastião, e finalmente um ataque sem poder de fogo. Como eu venho denunciando e só agora se vai descobrindo.
Portanto a SAD que se ponha ao alto porque com esta equipa vamos lutar para não descer. E podemos perder essa luta se não nos reforçarmos convenientemente em Janeiro.

Destaques:

O guarda-redes Joel, apesar de ter ficado nas covas no lance do primeiro golo, revelou ainda assim que não é por ali que o gato vai às filhoses! João Diogo foi o mais inconformado e o mais raçudo dos jogadores de campo. Dos poucos que conseguiu acompanhar o ritmo dos adversários! O segundo golo foi pelo seu lado mas a responsabilidade maior vai para aquela saída precipitada de Sturgeon. Ou quem sabe, para a falta de Luizão sobre Camará! Não desgostei do Hanin, um jogador com planta e bom desdobramento ofensivo. De Yebda já disse tudo. Mesmo em serviços mínimos a sua presença equilibra a equipa. Durou meia parte. De resto o Belenenses bateu-se o melhor que podia (e sabia) mas não tem argumentos para contrariar o Benfica.


Saudações azuis



Nota: Não percebo porque é que o Andric não foi convocado. Este era um jogo para as suas características.

sábado, outubro 22, 2016

O nacional-benfiquismo e o raio que os parta!

Vejamos alguns títulos elucidativos. Comecemos pela própria 'Comunidade Azul', órgão digital supostamente vocacionado para dar notícias sobre o Belenenses. Dizia ela, a comunidade: - "Benfica começou a preparar o jogo com o Belenenses ainda em Kiev". Fui lá, não a Kiev, tentei postar um comentário, identifiquei-me, mas as novas tecnologias não gostam dos meus desabafos.

Continuando pelos media, Yebda, actual jogador do Belenenses, confessa-se ao jornal A Bola: - "Errei ao forçar a saída do Benfica". E eu acrescento: - se estivesses mais calado e menos lesionado talvez fosse melhor para todos.

Ao Record,  o mesmo Yebda, antecipa golos: - "Se marcar ao Benfica não vou festejar". Se fosse verdade até eu te isentava de festejos. Eternamente.

Resumindo e concluindo: - pobre Belenenses que qualquer dia não tens quem festeje os teus golos!


Saudações azuis

segunda-feira, outubro 17, 2016

Verduras da mocidade e não só…

Este jogo com a Académica tem muito que se lhe diga! Antes do mais foi um bom jogo de futebol e sendo uma prova a eliminar revelou tudo o que cada equipa podia dar, de acordo com o plantel disponível. Não acredito que quer a Académica quer o Belenenses tenham poupado jogadores. E com os jogadores disponíveis os estudantes superiorizaram-se, marcaram e souberam defender a vantagem. Pelo contrário, o Belenenses revelou lacunas a meio campo (saudades de Yebda!) alguma imaturidade em momentos importantes do jogo, e o já tradicional fraco poder de fogo. É certo que na segunda parte reagiu á desvantagem, pressionou, mas nunca mostrou ser capaz de traduzir em golos o domínio exercido.

Fora da Taça de Portugal portanto e mais uma vez prematuramente.

As ilacções a tirar são as mesmas: - falta-nos um jogador de meio campo que assuma as despesas do jogo e falta-nos alguém que no ataque faça a diferença… em golos. Quanto à imaturidade de alguns jogadores e aos deslizes que ela provoca, esse é um problema da SAD. Não são jogadores da nossa formação e assim não ganhamos nada com os erros cometidos. Sofremos apenas a respectiva inexperiência. Isto para ser sincero. No entanto não crucifico ninguém e até acrescento: - Gosto do guarda-redes Joel Pereira e da forma resoluta como domina toda a grande área. No penalty fez penalty porque a jogada da Académica foi letal! E continuo a gostar do Diniz Almeida apesar da precipitação que deu o autogolo. São coisas que acontecem no futebol. Não vou portanto por aqui. Porque se fosse teria que comparar o desempenho de Marinho com o de Gerso* e concluir que o extremo da Académica ficou largos furos acima do nosso flanqueador. Foi só isso que determinou o nosso afastamento?! Não, não foi, o que (em minha opinião) determinou o nosso afastamento está escrito no início da crónica. Não vou repetir-me. Até porque o que interessa é o próximo jogo e esse será para o campeonato no Restelo e contra o Benfica.
Aí só me ocorre uma palavra: - superação. Se o conseguirmos é meio caminho andado.

Saudações azuis



*Apesar do grande passe que fez para Abel Camará e que na altura poderia ter dado o empate. 

quinta-feira, outubro 13, 2016

Velasquez com dignidade!

Independentemente do juízo que se faça sobre o treinador espanhol temos que reconhecer que serviu o clube o melhor que podia e soube sair com dignidade. As declarações que fez na hora da despedida revelam o seu carácter. Sem faltar ao respeito à entidade patronal disse o que lhe vai na alma, que gosta do clube, que agradece a oportunidade que lhe deram, mas que não abdica de um conjunto de regras (ou princípios) que pelos vistos a SAD não pratica. Era o mínimo que podia dizer para explicar a sua demissão. E porque não há contraditório não devo especular mais sobre este assunto.

Ficam assim guardadas para melhor oportunidade, as questões que aqui suscitei sobre o real projecto da SAD. Mas que não estão esquecidas. Não estão esquecidas nem dependem de vitórias ou derrotas pontuais. Como então afirmei é o futuro do C.F. 'Os Belenenses' que está em jogo. E para não ficarmos sempre por generalidades concretizo: - tem a ver com uma classificação no primeiro terço do campeonato; e para que isso aconteça tem a ver com o reforço da equipa em Janeiro. Ou não! A verdade é que depois deste caso que envolveu o Sturgeon fiquei, como diz o povo, com 'a pulga atrás da orelha'. É verdade que os jogadores entram e saem mas Sturgeon é neste momento o maior activo do clube. A sua hipotética saída em Janeiro enfraquece a equipa. A não ser... Bem, Deus queira que não seja nada de grave.


Saudações azuis

quarta-feira, outubro 12, 2016

Massacre!

Se era este o objectivo da democracia, reduzir o espaço e o tempo noticioso a apenas três clubes de futebol - Benfica, Sporting e Porto, então podemos dizer que o objectivo foi plenamente atingido! Fica assim a democracia a perder para a ditadura, que de facto tinha uma informação mais plural. Desde logo porque havia mais um grande clube, o Belenenses, na altura um candidato crónico ao título nacional. Mas a pluralidade não se ficava por aqui. Pois sendo certo que também existia um fosso entre os quatro grandes e os restantes clubes a verdade é que estes eram tratados de uma maneira, digamos assim, mais democrática! Basta compulsar os jornais desportivos da época, A Bola e O Mundo Desportivo por exemplo e comparar com os actuais. Hoje são páginas e páginas dedicadas aos três grandes sendo que o espaço que é reservado aos outros se resume a uma pequena coluna, se tanto! Estamos a falar de jornais porque é impossível comparar com a televisão que naquele tempo dava os primeiros passos.

Mas o que temos hoje em termos televisivos só tem um nome - massacre! Notícias a toda a hora sobre Benfica, Sporting e Porto, mesmo que não sejam notícias! E não fora a SportTV (um canal de acesso reservado) transmitir (agora) todos os jogos da primeira Liga (e alguns da segunda) muito boa gente poderia ficar convencida que aqueles três clubes jogam sozinhos! Pois bem não é preciso ser profeta para adivinhar o futuro deste futebol português. A continuarmos assim os outros clubes não irão sobreviver. E sem adeptos também não têm nenhuma razão para sobreviver! Nestas condições organizar um campeonato puramente artificial, que no fundo já é aquilo que temos, parece-me inútil e dispendioso. E com o estado falido mais dispendioso será. Portanto a  solução, que já muitos avançaram, passa por competir no campeonato espanhol. O problema é que então talvez não seja preciso ser país! Uma região e um presidente da Junta devem bastar.


Saudações azuis

domingo, outubro 09, 2016

O futebol ainda é o que era!

Por mais palavras que invente o futebol é um jogo simples e normalmente ganha quem o sabe simplificar ainda mais. Foi o que aconteceu ontem no Bessa. O Belenenses ganhou sempre todos os duelos, especialmente aqueles que se travam a meio campo e que são decisivos! Para tal muito contribuiu a surpreendente aparição de Yebda, um jogador que tem andado lesionado mas que cumpriu perfeitamente todas as tarefas que um jogo exige. Trata-se de um jogador de alta craveira, que sabe posicionar-se, orientar os companheiros e fá-lo sem exibicionismos inúteis. A seu lado Palhinha cresceu, Sousa esteve mais concentrado, a linha defensiva também se apresentou mais subida, única maneira de recuperar a bola e encostar o adversário à sua área. Mérito de Quim Machado?! Uma equipa não se faz em dois dias mas dois dias chegam para mudar algumas coisas, especialmente o seu centro de gravidade. Está na moda falar agora dos momentos do jogo! Descodifiquemos a questão: - na primeira parte o Boavista nunca conseguiu ganhar o meio campo pois nas tentativas de transição era muito pressionado e perdia rápidamente a bola; na segunda parte, embora mais afoito devido à acção do excelente jogador que é Fábio Espinho, também não conseguiu reagir como queria ao golo sofrido. A chave foi a entrada de Andric que substituiu o apagado Betinho. Com outra desenvoltura, prendeu os centrais boavisteiros abrindo ao mesmo tempo os espaços por onde entravam os nossos flanqueadores. Foi nesta altura que dispusemos das melhores oportunidades para matar o jogo e a eliminatória. Não o fazendo acabámos por sofrer o jogo directo habitual na tentativa desesperada de levar a decisão para os penalties. Valeu-nos entretanto a grande exibição do guarda-redes Joel Pereira, imperial nas alturas e sem medo de sair até aos limites da área! Estão explicados os momentos do jogo.

Melhores em campo: o já citado Yebda, o guarda-redes Joel Pereira, a segunda parte de João Diogo, e os vinte minutos de Andric. Mas todos jogaram com enorme espírito de equipa e grande intensidade.

Uma vitória importante num campo sempre difícil e ainda por cima num jogo a eliminar.

Resultado final: Boavista 0 - Belenenses 1



Saudações azuis 

sexta-feira, outubro 07, 2016

Onde está o problema afinal?!

O problema não deve ser dos treinadores porque exceptuando Sá Pinto (uma escolha pessoal da SAD e nada consensual entre os adeptos) quer Lito Vidigal quer Jorge Simão são hoje treinadores de sucesso. O caso de Velasquez é diferente e deve ser analisado a outra luz. Foi também uma escolha da SAD, aliás em termos teóricos quem escolhe os treinadores é sempre a SAD, mas atenção, há escolhas e escolhas. A escolha de treinadores que ninguém conhece, sem curriculum visível, "escolhas à Pinto da Costa da última fase", essas escolhas o Porto pode fazê-las mas o Belenenses não tem arcaboiço para tanto erro. Note-se no entanto que apesar da sua inexperiência, bem patente nalguns jogos e nalgumas goleadas, Velasquez conseguiu inverter a situação colocando o Belenenses a salvo da descida. E mostrou com a contratação de Juanto que sabia comprar bom e barato. Falhou no entanto o acesso a outro patamar no jogo com o Arouca onde veio ao de cima a experiência e matreirice de Lito Vidigal. Este é o retrato que guardo do treinador espanhol. E confesso que esperava uma época melhor e uma equipa melhor apetrechada. Mas não foi isso que se viu na pré-época. Vieram emprestados, jogadores jovens que dão poucas garantias, vieram também jogadores a custo zero, o caso de Gerso, e a fechar o mercado, em desespero de causa, veio o Vítor Gomes para ficarmos com o meio campo do Moreirense da época passada! Moreirense que ficou atrás de nós. Os jogadores que tinham vindo por causa do treinador espanhol foram-se embora (a saída de Juanto foi para mim uma surpresa) e temos esperança que o lesionado Yebda venha a jogar um dia! E são estes os grandes investimentos da SAD!
Depois disto, sem avançados que se vejam, e na iminência de ficar sem o Sturgeon, o melhor activo que possuímos, é natural que Velasquez tenha dito... adiós!
O problema não está nos treinadores.


Saudações azuis

quinta-feira, outubro 06, 2016

SAD no fio da navalha

Só não adivinho a sorte grande. As dúvidas sobre o projecto, a derrota em Chaves e fundamentalmente o que aí vem, jogo no Bessa para a Taça da Liga, jogo em Coimbra para a Taça de Portugal, e o Benfica logo a seguir no Restelo, configuram um cenário preocupante que não se compadece com panos quentes. E aqui abrem-se duas hipóteses: - ou Velasquez percebeu, face ao episódio Sturgeon, que não tinha meios para fazer uma época decente e foi-se embora! Ou foi a SAD que perante um treinador aparentemente bipolar (tudo ao ataque ou tudo á defesa!) resolveu apostar num técnico mais confiável. Assim, a escolha do novo treinador é decisiva para compreendermos a pergunta que todos os adeptos fazem: - qual é verdadeiramente o projecto que esta SAD tem para o Belenenses?! Anda a investir?! Anda a desinvestir?! Ou anda a preparar o terreno para se ir embora?! Sei que são perguntas incómodas, até inconvenientes, mas estando em causa o superior interesse do C. F. ‘Os Belenenses’ tenho que as fazer.

Quanto ao Sturgeon digo o seguinte: - os contratos são para se cumprir e neste sentido o jogador só tem que honrar aquilo que publicamente assinou. E em caso de saída prematura o Belenenses, através da sua SAD, terá de ser devidamente compensado. Aqui não podem existir dúvidas. Mas se isto é verdade não é menos verdade que a SAD também tem que honrar os seus compromissos dentro do projecto que anunciou quando assumiu a responsabilidade pelo futebol do clube. Compromisso com a sua história, com os seus adeptos, e com os jogadores que representam ou venham a representar o Belenenses. Não pode deixar de ser um projecto ambicioso, à altura de um clube que já foi grande e tem expectativas legítimas de voltar a ser. É neste quadro que tenho que analisar o comportamento de Sturgeon ou de qualquer jogador que esteja vinculado ao clube. Os emprestados são outra história.


Saudações azuis


Adenda: Já depois de publicado este postal ficámos a saber que o novo treinador é o Quim Machado. Não vou comentar as capacidades deste treinador, o seu curriculum é conhecido, e neste momento só desejo que tenha sorte porque a sua sorte será a sorte do Belenenses. Mas no que toca à SAD posso retirar algumas conclusões desta escolha e nenhuma é positiva. A ver vamos se me engano e bem gostava de me enganar!

domingo, outubro 02, 2016

Pôr tudo em causa, eis a questão!

A gente vai dando o benefício da dúvida, uma vez, duas vezes, vezes demais, quase uma vida, e na volta… volta tudo ao mesmo. Na hora da verdade o Belenenses vacila e não passa da cepa torta. Mas há sempre um momento em que a lucidez é mais forte que a esperança (mais masoquismo que esperança) e esse momento chegou. Está na altura de denunciar toda esta trapalhada em que se transformou o C.F. ‘Os Belenenses’.

Isto já andava a ferver e o jogo de Chaves foi a gota de água. E não foi por termos perdido, aliás, nas sete ou oito visitas que fizemos a Chaves só por uma vez ganhámos, portanto não foi por isso. Foi por tudo. Comecemos pelo treinador e pela formação da equipa, onde mais uma vez inventou sem necessidade - Dinis a lateral e João Diogo na ala foram dois jogadores a menos; depois, a postura super defensiva da equipa como se o Desportivo de Chaves, pese a semelhança das camisolas, fosse o Barcelona! Pareceu-me um erro infantil. Não há futebol sem dimensão atacante e acantonados dentro da nossa área só por milagre chegaríamos ao fim do jogo sem sofrer golos. É verdade que o árbitro ajudou assinalando uma grande penalidade absurda, mas o golo do Chaves adivinhava-se a qualquer momento. Enquanto isto, Velasquez, petrificado no banco, segredava aos seus adjuntos! Só a poucos minutos do fim, e já a perder se resolveu a corrigir alguma coisa. Era muito tarde.

A segunda grande desilusão é a SAD e a preparação desta época! Olhamos para o plantel e só vemos emprestados; olhamos para o banco de suplentes e não vemos jogadores que possam fazer a diferença. Um medio de categoria*, atendendo a que Yebda parece ser uma aquisição teórica, não existe. Avançados, daqueles que marcam golos, práticamente não há! Não é de agora. Aliás se formos totalmente honestos e somarmos os golos que Miguel Rosa, Sturgeon, Camará, Gerso, Caeiro, etc,** costumam marcar por época, chegamos rápidamente à conclusão que o nosso poder de fogo é dos mais baixos da primeira Liga. E daqui resultam uma série de dúvidas: - a SAD anda a investir, a fingir que investe ou a desinvestir no futebol?! Dúvidas que precisam de ser esclarecidas sob pena de andarmos a hipotecar (mais uma vez) o futuro do Belenenses. Como disse, não foi a derrota, mas sim o que ela esconde.

Resultado final: - Chaves 3 – Belenenses 1

Saudações azuis


*Médio que consiga fazer a transição ofensiva. No banco estava apenas um jovem (promissor) formado no Belenenses e que… não joga!  


**Andric é uma carta fechada, ainda não demonstrou o que vale. E também não joga.