sexta-feira, março 03, 2017

O futebol que temos…

O futebol que temos é o espelho da nação! Um futebol onde ganham sempre os mesmos, com duas honrosas excepções nos últimos setenta anos; um futebol onde a fazer fé nas notícias sobre o Novo Banco e sobre a Caixa Geral de Depósitos os mesmos de que falamos estão práticamente nacionalizados, numa analogia soviética notável; um futebol que não quer mudar e por isso somos o único país europeu (juntamente com a Ucrânia!) que não tem os direitos televisivos centralizados numa entidade independente de forma a permitir uma justa distribuição do respectivo montante; um futebol onde os adeptos se repartem (na sua esmagadora maioria) por três clubes e assim o respectivo campeonato é uma prova fictícia e com estádios desertos quando os restantes quinze clubes jogam entre si; um futebol finalmente varrido pela corrupção única forma de mascarar a falência de quem vive há tempo demais acima das suas possibilidades.

É neste contexto que devemos analisar o clima de cortar à faca que se vive na arbitragem. Sem receitas correntes que sustentem a respectiva megalomania os três clubes do estado têm absoluta necessidade de receber as receitas extraordinárias provenientes da UEFA, mais precisamente da Liga milionária. Por isso os lugares do topo estão reservados, e ai de quem lá se intrometa! Acontece que esses lugares vão diminuindo e só podem diminuir face à macrocefalia vigente. E já não chegam para três! Como também não chegam as vendas de jogadores cujos milhões vemos anunciados todos os dias na comunicação social. Até porque as vendas, face ao estado de necessidade patente, dependem de quem quer comprar e não de quem precisa de vender. 

Resumindo e concluindo, não há solução para nós enquanto não quisermos endireitar o que está torto. Enquanto preferirmos a batota ao fair play. Sendo assim, e na dúvida, pressionados por todos os lados, os árbitros vão continuar a deixar passar os empurrões do Mitroglu e a assinalar falta se o empurrão for de um avançado do Belenenses! Acho que todos percebem o que quero dizer. Até os árbitros.



Saudações azuis  

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