quarta-feira, abril 26, 2017

A violência no futebol e os panos quentes!

Já estou farto de escrever sobre isto mas face à reincidência dos protagonistas e ao silêncio covarde dos responsáveis sou obrigado a regressar ao assunto. O primeiro responsável é o presidente desta república bananal que cultiva afectos misturados com relativismos inaceitáveis. É a efígie e o exemplo do regime. O segundo responsável é o governo que fecha os olhos à desigualdade monstruosa que se vai cavando entre os clubes, à satelização total a que se assiste (referi-me a este aspecto no último postal), e à asfixiante propaganda de Benfica, Sporting e Porto em todos os media, incluindo os do estado! Propaganda facciosa e infantil que ultrapassa todos os limites do bom gosto e da liberdade de expressão. E já agora invoco a constituição inconstitucional que temos para dizer que os citados programas promovem a desigualdade entre os clubes afectando também por essa via a verdade desportiva. Dir-se-á que têm audiência e eu concordo. E até acrescento, cada vez maior, como qualquer programa pornográfico teria.

As sementes da violência são estas e as consequências decorrem todas daqui. Daqui decorrem as relações promiscuas entre a política e o futebol, entre o futebol e a banca, nacionalizada ou a nacionalizar, as ligações suspeitas com as grandes empresas do estado e não só, sabendo-se como se sabe que o futebol é intocável e por isso o biombo ideal para todas as traficâncias. Os apitos dourados ou de outra cor são apenas episódios da clubite e não se destinam a fazer justiça ou endireitar ou que quer que seja, como se comprova pelo estado da nação. 

É claro que há-de haver sempre um idiota qualquer a defender o futebol e os seus tachos. Ele argumentará que fomos campeões europeus o que prova a excelência da respectiva organização. A esse apenas respondo que a Grécia também foi campeã europeia e atiro-lhe a seguinte questão: - porque será que clubes como por exemplo o Ajax, com mais títulos europeus que o Benfica, tem andado arredado dos grandes palcos?! Será por falta de dinheiro?! Ou será que só gasta aquilo que pode?! Esta é para pensar. Para pensar na corrupção e na aldrabice que é o nosso futebol. Para pensar na irresponsabilidade dos seus principais dirigentes. Subitamente muito activos! Deixei para o fim estes dois senhores – presidentes da Federação e da Liga – homens já medalhados ou a medalhar, dirigentes vocacionados para grandes feitos mas incapazes de resolverem as questões comezinhas que os países civilizados já resolveram. E resolveram a bem do desportivismo e da pacificação dos respectivos campeonatos. E tratando-se de uma indústria por forma a não ser deficitária.

Assim pergunta-se, para quando a centralização dos direitos televisivos, a limitação drástica do número de jogadores vinculados aos clubes, e uma justiça independente dos mesmos?! E já agora como tencionam eles próprios tornarem-se independentes dos clubes. Dos grandes clubes. É que ser eleito pelos clubes ou pelas associações não tem garantido essa independência!

O resto, as claques, a guerrilha verbal, resolvidos aqueles problemas, tudo o mais virá por acréscimo. E não é preciso inventar nada, copiem a Inglaterra porque foi ela que inventou o futebol.


Saudações desportivas

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